O acerto da política do etanol



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O acerto da política do etanol


25/10/2010

Opinião


ANDRÉ AMADO

Definida nos anos 1970 e renovada na década passada, a aposta no etanol de cana-de-açúcar está entre as mais acertadas políticas públicas brasileiras em todos os tempos.

Os fatos falam por si.

— A atividade sucroalcooleira ocupa apenas 1% da área agricultável brasileira.

— A cana-de-açúcar produz 7 mil litros de etanol por hectare (contra 5,5 mil no caso da beterraba; 3,1 mil litros, no do trigo; e 2,4 mil litros, no do milho).

— Uma unidade de energia não renovável utilizada na produção do etanol de cana gera quase nove unidades de energia renovável (contra duas unidades nos casos de trigo e beterraba, e 1,5 no de milho).

— O uso do bagaço de cana como fonte de energia torna as usinas de etanol autossuficientes em eletricidade.

— Por coincidir com o período de estiagem no Brasil Central, a colheita da cana é complementar ao ciclo hidrológico e, portanto, à base hidrelétrica do parque gerador de eletricidade.

— A atividade emprega 835 mil pessoas em cerca de 440 usinas, em níveis salariais dos mais altos no campo. Os filhos dos trabalhadores na indústria sucroalcooleira apresentam nível de escolaridade muito superior a de seus pais.

— O setor favorece a indústria nacional de máquinas e equipamentos (mais de cem empresas especializadas gravitam em torno do pólo de Piracicaba) e de serviços, além de impulsionar obras de infraestrutura.

— Os preços do etanol brasileiro são, há alguns anos, determinados pelas forças de mercado, sem distorções geradas por subsídios governamentais.

— A produção e o uso do etanol no Brasil foram responsáveis, ao longo de 30 anos, por poupar a emissão de 850 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.

Os resultados do programa brasileiro de biocombustíveis — que hoje faz do Brasil o único país em que a gasolina é o combustível alternativo — não tardaram a atrair a atenção de investidores internacionais.

Estima-se que 25% da propriedade das usinas de etanol estejam em mãos estrangeiras, percentual que já desconta o efeito da joint venture entre a Petrobras e o grupo francês Tereos para o controle da Açúcar Guarani.

A presença do capital estrangeiro no setor sucroalcooleiro requererá o exame de um conjunto de aspectos.

A exemplo da legislação para exploração de petróleo, seria recomendável assegurar que, independentemente da origem do capital das usinas de etanol, o abastecimento interno seja preservado e, sobretudo, que o setor sucroalcooleiro siga como instrumento de segurança energética e desenvolvimento sustentável para a sociedade brasileira.

Como em outros países, seria conveniente que a eventual concessão de créditos públicos a operadores estrangeiros estivesse vinculada, por exemplo, à formação de parcerias com grupos de capital nacional e a planos de ação que favoreçam investimentos nas áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Acima de tudo, porém, convém garantir que uma crescente internacionalização do setor sucroalcooleiro contribua para a consecução de um dos principais objetivos da política externa brasileira na área da energia: a consolidação do etanol como commodity e a consequente formação de um mercado global de biocombustíveis.

Além de prestar grande contribuição no enfrentamento de desafios mundiais — segurança alimentar e energética, mudança do clima e desenvolvimento sustentável —, essa globalização do mercado gerará valiosas oportunidades econômicas e tecnológicas para o Brasil, campeão mundial inconteste em todas as etapas do ciclo de produção de biocombustíveis.

ANDRÉ AMADO é subsecretário-geral de Energia e Alta Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores e foi embaixador do Brasil no Peru (2001-2005) e no Japão (2005-2008).

Fonte: http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/selecao-diaria-de-noticias/midias-nacionais/brasil/o-globo/2010/10/25/o-acerto-da-politica-do-etanol-artigo

Na França, escassez afeta 25% dos postos


25/10/2010

Agências internacionais

Internacional

Protestos contra as novas regras de aposentadoria na França - aprovadas na sexta-feira pelo Senado - devem continuar esta semana e já provocam escassez de combustível em um quarto dos postos do país. Para tentar recuperar sua imagem, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, estuda uma reforma ministerial e o fim de uma isenção que beneficia principalmente contribuentes de alta renda.

No fim de semana, a falta de gasolina e os protestos afetaram a rotina de muitos franceses. Vários jogos do campeonato francês de futebol foram adiados; o fluxo de visitantes a algumas regiões turísticas caiu; e em muitas cidades, o trânsito virou um caos.

Na sexta-feira, o Senado aprovou em votação final um projeto de reforma da previdência enviado pelo governo que, entre outros pontos, aumenta a idade mínima para aposentadoria de 60 para 62 anos.

A iniciativa contribuiu para que a aprovação de Sarkozy atingisse uma das marcas mais baixas da história recente da França. Pesquisa divulgada pelo jornal "Journal du Dimanche" mostrou que apenas 29% da população aprova o desempenho do presidente. É o mais baixo percentual desde 2007, início do governo Sarkozy. O presidente deverá tentar a reeleição em 2012.

Trabalhadores de duas refinarias de petróleo da França aprovaram a continuação nesta semana de uma greve iniciada que já dura vários dias. Os funcionários das outras dez refinarias do país discutem nos próximos dias o que farão. Ferroviários também prometem parar esta semana. Alguns sindicatos falam em mais mobilizações pelas próximas duas semanas.



Dois terços dos franceses foram contrários à reforma previdenciária. A reação às medidas de austeridade - cujo objetivo é reduzir o déficit orçamentário - tem sido uma das mais intensas entre os países europeus que aprovaram recentemente políticas de redução de gastos.
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